RESISTÊNCIA
Interessante perceber que há
um sofrimento nessa relação paradoxal. Dentro da delicada cápsula um filamento
metálico em espiral resiste. Resiste tanto a ponto de receber o nome de
resistência. Suporta as dores e não se rompe, tem significativa durabilidade e
cumpre um papel de grandeza. Se tocar a lâmpada incandescente sentirá o calor a
queimar as mãos. Melhor de tudo: mais que calor, o filamento resiliente produz
luz e nos faz enxergar as belezas, as feiuras, nossas rugas, nossos sorrisos e
torna visível a lágrima teimosa que, por vezes, ousamos esconder.
Somos resistências em estado
puro. A suportar, tolerar, resistir e tocar o barco por mares bravios,
tempestuosos. Quando o choque impacta, o medo chega, mesmo assim não
estacionamos sem sair do lugar. Podemos até parar para respirar, recarregar as
baterias, na estação do tempo, mas a trilha é longa e exige muito de nós. Vamos
seguindo, esparramando o que há de bem, o que ainda resta de vida em nós. A
missão é de cada um. Não dá para transferir, terceirizar. Então, o jeito é
resistir e, quiçá, vencer!
É isso aí!
0 comentários:
Postar um comentário