LEVEZA
Vem cá! Puxa uma cadeira. De forma bem leve, vamos falar
de leveza, sobre como viver de forma leve, sem tanto peso, dando menos
importância a questões que vivem a importunar nossas mentes? De todo jeito o
tempo vai passar, a vida vai se esvaindo por entre os dedos, e quando se vê
tudo já passou. Aquilo que um dia importunou tanto sua mente virou passado. Viver de
forma leve representa não dar tanto valor a coisas que deveriam ter a
importância de um quase nada. Muitas coisas pelas quais choramos hoje, logo ali
na frente daremos boas risadas, vamos nos achar tolos por dar valor excessivo a
coisas que irão passar. Tudo passa, não há como segurar a impetuosidade do
tempo.
Viver com
leveza não significa que não dê importância às ações que mereçam atenção
especial. Mas, significa compreender que, caso algo dê errado, a vida segue, a
dinâmica da existência persiste. Veja quantos sinônimos da palavra leveza: delicadeza, graciosidade, suavidade, sutileza,
singeleza, graça, lisura, amenidade. São palavras que imprimem um tom
mais suave à vida. Apesar de tão
intensa, a vida merece ser vivida de maneira mais amena, com menor peso nas
cobranças. Se quiser um conselho, sugiro que aprenda que nossas palavras e
ações devem ter a leveza de uma brisa, mas que contenham a força de uma
tempestade. O peso das responsabilidades muitas vezes nos tornam seres mais
duros, menos leves. Eu entendo essa dinâmica, porque temos tantas coisas para
nos preocupar: a doença que acomete um ente querido, os filhos que precisam se
ajeitar na vida, as despesas que sempre afligem nossos dias, as múltiplas
tarefas que precisam ser cumpridas em prazos urgentes. Este fardo que aparenta
ser tão pesado é o que nos faz ligados a terra, às missões sagradas, aos
propósitos mais abençoados. Devemos sim, sermos responsáveis a ponto de
empregar o melhor em tudo o que for fazer, mas com a consciência que a vida é
breve e que é preciso saber usufruir de cada instante e não nos deixar contaminar
pela força “tsunâmica” das preocupações.
Parafraseando Cecília Meireles, leve é o pássaro, mais
leve ainda é sua sombra voante... A leveza do ar permite que o pássaro voe
alto, voe longe. Nada impede seu voo. Ele não se preocupa com a força dos
ventos. Ele simplesmente voa. Uma pergunta pueril, quase ingênua: o passarinho
canta porque é feliz ou é feliz porque canta? Ele não quer nem saber a
resposta. Ele segue por aí cantando. E é o que basta! Nossa voz tem sido de
canto ou lamento? Entusiasmo ou desânimo? Força ou desalento?
O passado, nosso professor, já foi embora. Viver na
amargura de um tempo que queria que fosse e não foi, de nada adiantará. Respire
o vigor e o refrigério de um tempo novo, de um futuro que poderá vir mais belo
e que exige leveza para compreendê-lo. Ver as coisas com bom humor, querendo
tirar sorrisos e graça daquilo que se vive é uma boa receita de viver melhor,
menos abatido, mais feliz. O mundo precisa de gente que carrega carinho no
olhar, leveza no coração, que nunca nega os abraços que precisam ser ofertados,
que leva sempre uma palavra que incentiva e que inspira, que encanta e que traz
a liberdade de ser o que se quer ser. A liberdade é a própria leveza. Tento
levar comigo um coração de criança, leve como criança, que faz as perguntas
mais sérias e importantes sem saber disso. Leve deve ser nosso olhar e não
querer ter tudo, levar tudo para si. A flor que hoje arrancamos do pé vai
murchar em nossas mãos. Mas, quando se tem o prazer e a leveza de olhar a flor
no pé, ela dura e permanece bela por mais tempo. Saibamos apreciar a vida como
deveria ser.
É isso aí!
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