TERNURA
Ternura é palavra que indica um atributo de quem é terno e significa meiguice, afeto, carinho; é caracterizada por ser suave, branda, por não ser espalhafatosa, não causa alaridos e não apresenta grandes manifestações em público. É um sentimento mais sereno do que a paixão, por exemplo. Um revolucionário bolivariano que enfrentava batalhões disse uma frase que se tornou célebre: “hay que endurecer, pero sim perder la ternura jamás”. Pense na ternura que há entre a mãe que amamenta o filho amado, na ternura envolvente dos que se reencontram depois de longo tempo distante, na ternura daquele que precisa da companhia do amigo para se sentir seguro, confiante. Este é um sentimento que, ao mesmo tempo é leve, suave, mas traz em si uma enorme força, capaz de desfazer os nós mais intensos, de amenizar os corações mais duros, de apaziguar as almas mais conturbadas. Sente-se ternura quando se considera estar em estado de confiança, quando você nutre admiração por alguém e manifesta com atitudes carinhosas, afetuosas. Aqueles que conseguem fazer a ternura brotar de seus corações, que são capazes de fazer vibrar seus bons sentimentos de bondade, solidariedade, fraternidade e amor por alguém, tanto na alegria como na dor, são criaturas de sentimentos elevados, de espiritualidade desenvolvida, despojaram-se dos baixos desejos materialistas e dos sentimentos negativos mais nefastos, como o ódio, a inveja, o ciúme, o egoísmo e o orgulho. São pessoas felizes por compartilharem sua felicidade com o próximo, dando sem nada pedir nem esperar recompensas, com simples naturalidade, por prazer de viver assim.
A ternura é provocada por várias situações simples e singelas. Um café quentinho feito com carinho; uma criança que sorri brevemente para você; um olhar despretensioso para a lua que surge linda no horizonte. Pessoas que são capazes de sentir ternura pelas outras não são seres frágeis, destes que se dobram facilmente, pelo contrário: são fortes o suficiente para reconhecerem valor nos outros, de se encorajarem a sentir nobres sentimentos, de viver o amor com leveza e, ao mesmo tempo, intensidade. Todas as palavras podem ser ditas, desde que temperadas com o sabor da ternura. Ser verdadeiro é fundamental em tempos de mentiras, porém nunca regradas com ódio, com sentimento de repulsa. Não podemos confundir sinceridade com ausência de boa educação. Devemos, sim, ser sinceros sempre. O que não podemos é lançar mão da sinceridade para promover ofensas, ou dizer palavras duras que nada contribuem. Use a ternura como ferramenta que ajuda abrir portas, escancarar horizontes, possibilitar caminhos menos severos, menos íngremes, mais suaves e possíveis.
Em cada palavra, em cada gesto e em cada abraço que se oferece com ternura se abre o frasco das nossas fragrâncias mais particulares. Façamos da ternura a tônica dos nossos dias. Se for preciso ser firme, sejamos, porém utilize a melodia da ternura na voz, tente se controlar, seja leve, suave, ameno. É preciso um pouco de serenidade e uma certa calma interior para recriarmos nossas sutilezas, no carinho que acaricia a alma e faz o coração bater. Não precisamos ficar esperando a próxima oportunidade, a grande chance para manifestar aquela ternura que é só sua. Ela é, acima de tudo, um ato de doação e a expressão mais autêntica da afetividade.
É isso aí!
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