SER COMPASSIVO

11:33 José Luiz 0 Comments



A palavra compaixão vem do latim compassione, que retrata o bom sentimento de alguém pelo outro, no sentido de desenvolver um impulso altruísta de ternura para com o sofredor. Ter compaixão é compreender o espaço do outro, colocar-se no lugar do outro. Desvencilhar-se do egoísmo do nosso próprio mundo para tentar minorar, diminuir o que de ruim acontece com alguém. Este sentimento faz com que tenhamos o desejo genuíno de ajudar o próximo, sem esperar nada em troca. É um sentimento de bondade, mas desta bondade inocente, que faz o bem por ser próprio da pessoa. Nada artificial ou programado. Não pode ser confundido com pena. É preocupação com o semelhante, é condoer-se com o outro. É ter piedade, porém uma piedade a caminho. 

Minha mãe dizia que as pessoas boas eram que aquelas que puniam pelos outros. Uma expressão nordestina que diz daquelas pessoas que sentem desejo sincero em acolher o outro, em minimizar o sofrimento alheio. Assim, ter compaixão é compreender o direito de todos à felicidade, não apenas aqueles que estão mais próximos, bem próximos. É desenvolver apego verdadeiro, é ter o amor de mãe para com todos; é saber compreender, inclusive, os erros daqueles que convivem conosco, entendendo suas imperfeições, suas falhas humanas, assim como temos as nossas, que são tantas.

Mas, o que ganhamos em ter compaixão? Qual o benefício? O provento é o fortalecimento de nosso espírito, uma melhor saúde emocional. Quando pensamos e dedicamos nossa energia boa para colaborar com a vida de alguém, percebemos que temos inclusive força para superar nossas próprias dificuldades, a ponto de poder ajudar o outro, pois a vida da gente só é completa com a companhia dos que amamos. A presença deles é que nos traz a felicidade. É certo que conviver também gera conflitos, mas que prevaleçam as alegrias.

A compaixão vai ditar a qualidade de seu coração. A semente da compaixão mora no solo fértil de nosso peito. Não temos o direito de deixá-la secar sem virar planta; deixá-la morrer e não vingar. Plantar a semente e cuidar para que seja árvore frondosa, cuja sombra poderá abrigar o mundo, pelo menos o mundo à nossa volta. Que não vivamos somente do que queremos aparentar. A vida é tão breve e o que vale mesmo a pena não é a marca da roupa, nem o preço que pagamos pelo aparelho celular. O que vale não é o ter, mas sim o ser. Enfim, compaixão não é tristeza, é deixar o nosso egoísmo, nosso egocentrismo, para descobrir a importância da felicidade alheia na construção da própria felicidade!

É isso aí!

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