SOLIDÃO
A palavra solidão vem do latim solus, que por sua vez, quer dizer sozinho, solitário. Estar isolado, por necessidade ou por uma situação forçosa ou forçada, quase sempre é sinônimo de solidão. A experiência da solidão nem sempre é negativa. Tem hora que a solidão é saborosa e que a melhor companhia somos nós mesmos. Tudo tem a dose certa, como a luz matinal que faz bem, sem a exposição exagerada. Tem dias em que buscamos o isolamento, queremos ficar sozinhos para refletir, para nos conhecer melhor, para uma renovada aprendizagem. A solidão, então, não pode ser crônica, visceral, antropofágica. Assim, torna-se cruel, consome os dias, diminui as alegrias. A companhia das pessoas, a convivência entre elas, é natural geradora de conflitos e aflições, mas nada satisfaz mais o coração que a companhia dos que amamos. A energia elétrica é feita da junção de polos contrários. Em atrito, entram em curto circuito. Unidos, pelos meios certos, produzem a energia necessária para tocar a vida.
Desde as primeiras civilizações, juntamo-nos em torno de uma fogueira para compartilhar nossas vivências. Reunimo-nos para celebrar, para festejar. Uma dança solitária é triste. É prazeroso quando tenho alguém para dançar junto. Solidão não pode ser vício, fuga, corrida do sofrimento. Quando isso ocorre, é preciso cuidado. O diálogo, a boa companhia, o amor, o sorriso, ou, simplesmente, o toque do outro podem nos ajudar a sair do afogamento que nos consome. De repente, uma mão clama por socorro e brada pela sua. Acuda, ofereça apoio, salve. A solidão por escolha parece egoísmo. O bom de viver é trocar sensações, é viver emoções em parceria, pois amor, quanto mais se dá, mais se recebe. Se temos algo a oferecer e nada fazemos é injusto perante o dom recebido de graça.
“A solidão é fera, a solidão devora. É amiga das horas, prima-irmã do tempo e faz nossos relógios caminharem lentos...” O poeta ensina, sem esta pretensão, que podemos estar em meio à multidão e sermos solitários. Em solidão, o tempo parece não transcorrer. Dias bons parecem voar. Dias tristes, em que estamos presos em cárceres emocionais, demoram demais pra passar. Faz doer. A lua, aparentemente sozinha, é mais bela na companhia das estrelas. Assim, presos em nós mesmos, vamos, aos poucos, fechando-nos, isolando-nos. Isso faz mal. A solidão só pode ser boa quando precisamos dela para nos curar, desprender-nos de nossas mazelas, desfazer nossas misérias humanas, depurar nossos interiores.
Precisamos atravessar a dor de nossa própria solidão para, enfim, podermos chegar até nosso semelhante. Somos, em determinados momentos, almas separadas, viúvas, em corpos casados. Somos juntos, porém no coração distante milhas. Que nossa solidão se apequene à medida que vamos reforçando e agigantando os laços, fazendo da companhia dos outros, o melhor lugar do mundo.
É isso aí!
2 comentários:
Olá,
Muito interessante seu artigo sobre a solidão. Atualmente, é grande o número de pessoas solitárias, ou seja; estão acompanhadas e ao mesmo tempo se sentindo sozinhas.
Estar sozinho é bem diferente de ser sozinho, é claro! E nem sempre é uma escolha, as vezes mera consequência daquilo que fizemos sem pensar.
Olá,
Muito interessante seu artigo sobre a solidão. Atualmente, é grande o número de pessoas solitárias, ou seja; estão acompanhadas e ao mesmo tempo se sentindo sozinhas.
Estar sozinho é bem diferente de ser sozinho, é claro! E nem sempre é uma escolha, as vezes mera consequência daquilo que fizemos sem pensar.
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