PAIXÃO DE CRISTO E DE TODOS
Um domingo quente, de céu limpo e estrelado. Uma lua bonita dava o ar da graça. Gente na praça, crianças atentas, e palcos improvisados em carretas, compunham um cenário pitoresco. Era a apresentação de um grupo de teatro amador. A Paixão de Cristo estava sendo encenada. De vez em quando, um cachorrinho teimava em atravessar na frente dos atores. Alguém, talvez por descuido, deixou cair uma lata vazia de refrigerante no lugar onde os atores passariam. Uma criança de boa índole correu a pegar a latinha.
Fiquei observando os detalhes, os olhares lacrimejados, a paixão pela Paixão. Os atores se desdobrando em meio aos improvisos do ambiente, levando uma carga emotiva muito além do esperado. Com tanta dificuldade, amadores amantes da causa, levam adiante a bandeira da persistência, do arrojo, da beleza e do encanto que a arte provoca nas pessoas. Por devotarem tanto amor pelo teatro, pela mensagem, pela arte e, por superarem tantos desafios, são gigantes que merecem efusivos aplausos.
E assim foi. Ao término da apresentação, o público emocionado aclamou solenemente aquela trupe, de pé. Estava lá no meio deles, com as mãos já ardidas de entusiasmadas palmas. Gente assim me faz acreditar no mundo e na condição extraordinária das pessoas. Emociona-me a capacidade de promover o bem, de motivar, de transformar. Aquelas pessoas estavam ali voluntariamente tocadas pelo simples desejo de servir, de comover, de demonstrar o talento que apenas alguns de nós reconhecem. O Cristo, representado magistralmente pelo exímio Saulo Silva há muitos anos, trouxe a mensagem de amor que precisamos ardentemente seguir. Por meio deste homem simples, padeiro de profissão e artista por vocação, agradeço imensamente a ocasião vivida. Muito obrigado!
É isso aí!
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