FRUTOS

15:13 José Luiz 0 Comments



Penso nas pequenas coisas que preenchem de sentido a vida. Por mais que queiramos amealhar riquezas, a maior riqueza não tem preço. Gosto das vivências menores, das coisinhas miúdas que aparentemente não possuem tanto valor. Ontem, ao chegar em casa no fim de um dia estafante, fui namorar minhas plantas. Terapia das melhores. Vi frutas maduras, no ponto de apanhar. Degustei, junto com alguém especial, as primeiras frutinhas do pé de cajá-manga que um dia desses disse aqui que havia plantado a partir das mudas produzidas por nós mesmos. Azedas, porém saborosas, assim como a vida por vezes se apresenta. 

Dificuldades foram feitas para ser superadas. Vencê-las dá um sabor diferente à existência. Isso, para que, lá na frente, possamos mirá-las, as tribulações e contrariedades, com olhar altivo e dizer peremptoriamente que as vencemos, apesar de tudo. Há um ano o pezinho de cajá-manga mirim lá de casa vem superando o frio, o sol inclemente, a falta de espaço para suas raízes (plantada num vaso). Assim mesmo, deu flores, gerou frutos e amadureceu. Sem agrotóxico, nem fertilizantes químicos, veio corajosa, plena de paladar. Para diminuir o sabor acre da fruta, colocamos um pouquinho de sal. Foi o suficiente para aprimorar o sabor. Foi um prazer diferente degustar a cajá-manga. Tudo que é vital, o Criador deu jeito de proporcionar circunstâncias afáveis, gostosas de viver. A fruta não é apetitosa à toa. É apreciada por algum animal ganha outros terrenos para que a semente germine e prossiga a espécie. Pense na satisfação ao tomar um bom copo de água para saciar uma sede severa. Isso para não dizer de outras coisas boas de fazer que representam a continuidade da vida.

Tem hora que nossa capacidade de adaptação, de encontrar meios para suplantar os infortúnios, deve ser bem maior que nossa inércia, inoperância e medos que atravancam nossos passos. À medida das dificuldades, vamos alicerçando a frágil condição humana, fortalecendo as bases mentais e preparando-nos para as aventuras – e desventuras – que surgirão pela frente.

É isso aí!

0 comentários: