CAMINHANDO...
Quero poder andar sem culpas, correr sem medos, sorrir sem impedimentos. Quero abraçar sem remorsos, conversar sem entraves, celebrar sem barreiras. Quero viver sabendo dos riscos e da responsabilidade que isso representa, porém solto como pássaro que ousa tomar água num pântano repleto de jacarés. Quero chegar do outro lado com vida, com tempo para usufruir da vida que por ventura, e aventuras, tiver conquistado.
Penso nas luzes da cidade, no reflexo da lua no lago, até mesmo nas lágrimas teimosas que caem sem a devida autorização (não precisam). Isso preenche de sentido a existência. Coisas que aparentemente nem tem muito valor. Viver é um ato de ousadia. Uma maravilhosa odisseia que tem ponto de partida, mas não sabemos onde vai dar. Um trem que viaja por trilhos sinuosos, por linhas cujas bifurcações são numerosas e que nós, os condutores, temos a missão de escolher o caminho mais acertado, o que nem sempre ocorre, e nem por isso deixa de ser bom também, pois vai tecendo, engrossando, os fios de nossa história. Nos desvarios do existir, muita coisa se perde, outras tantas vamos ajuntando. O que não é possível levar dentro de um abraço, não vale a pena carregar como peso.
Uma estradinha velha com sombra dos dois lados, um pé de jabuticaba, uma galinha caipira, uma chuva boa no fim da tarde, o cheiro de café torrado, um biscoito frito, uma gargalhada de menino, um cafuné que arrepia, uma colher de doce de leite e um pedaço de queijo fresco: coisas que conseguem fazer a vida da gente ficar tão boa. Reforçando... a vida é boa porque ainda tem destas coisas. Aparentemente, custam tão pouco, mas se você as tem, por favor, sinta-se rico. Se ainda não tem, arranje tempo e espaço para elas. Vai descobrir sabores únicos, sensações prazerosas, alegrias de criança. Nesta prosa timidamente poética, arvoro-me a apontar um rumo. Perdão pelo atrevimento.
É isso aí!
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