BOM DIA

10:02 José Luiz 0 Comments



Outro dia, fui ali no Hospital Frei Gabriel, aqui na minha cidade, bater um papo com os pacientes que ficam no ambulatório aguardando a consulta, logo de manhãzinha. Foi num dia de atendimento com o ortopedista. Tantas pessoas com braços, pernas engessadas; umas portando muletas, outras contando com o apoio dos ombros de familiares. Pessoas com semblante tranquilo, outras nem tanto. Ninguém procura um hospital para passeio. A dor os levou até aquele espaço. Fui convidado para falar de esperança em tempos de crise. Parece até paradoxal se arvorar a dizer para aquelas pessoas que a tempestade passa e a bonança chega, por pior que ela aparente ser.
 

Como para mim esses desafios costumam me motivar e me instigar, “coloquei as mãos na massa”. Levei um amigo músico, dos melhores, para me acompanhar em algumas canções. Confesso que foi uma experiência singular, das mais positivas que já vivi. A atenção daquelas pessoas, dialogando comigo no silêncio de seus olhares e nas vozes tímidas que ouvia enquanto cantava, me tocou. Falei daquelas coisas que vocês, que me dão o privilégio da companhia ao longo de tantos anos, sabem bem.


Sai melhor que cheguei. Tem hora que um sorriso, um desejo de bom dia, um olhar carinhoso, tem poder de cura também. Recebemos mais se ofertamos mais. Um dia, ao chegar a certa repartição pública, o atendente, sem levantar o olhar, perguntou o que eu precisava. Respondi tranquilamente: “preciso de um pouco de sua atenção, talvez até de um sorriso, quem sabe consiga sair com uma solução para minha necessidade.” É o que nos basta, muitas vezes.
 

É isso aí!

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